Assis Lima
Assis Lima

PRAÇA DA ESTAÇÃO UM CAMPO HISTÓRICO

Praça em 1937

 

No terreno onde seria estabelecida a Cidade de Fortaleza, no século XVI ainda existia domínio indígena até que, os holandeses conseguiram em meio a massacres se estabelecerem. Matias Beck (comandante Flamengo) ergueu o Forte de Shoonemboorch, com a finalidade de se defender dos nativos aliados aos portugueses, às margens do Riacho Pajeú no monte Marajaituba (hoje 10ª Região Militar).

Pois bem, ao Oeste do Forte no mesmo nível, estava “O Morro Croatá” que serviu de base militar no século XVII, e que posteriormente em 1859 por ordem da Corte, fora construído um observatório astronômico.  Com o apelido de “Comissão borboletas. Estes cientistas enviados pelo Imperador D. Pedro II, tinham como missão estudar a causa das constantes secas.

Inicio da Rua 24 de Maio. Foto de 1911

Ao lado desse observatório ficava o “Campo da Amélia”, que inaugurado em 29 de junho de 1830, homenageou a II Imperatriz do Brasil, D. Amélia Leuchtthemberg. Foram plantados neste campo vários juazeiros e, um bonito gramado divido em quadras. Conta-se que foi de onde surgiu a redundante frase: “Não pise na grama”.

Ilustração atribuída a Comissão Borboleta

O assentamento da pedra fundamental para o início da construção da Estação Central, ocorreu no final da tarde de  20 de janeiro de 1872, estando presente  o Comendador João Wilkens de Matos, Presidente da Província, e também o seu antecessor, Conselheiro Barão de Taquari, Corpo Legislativo, autoridades civis e militares, funcionários públicos, Clero, Nobreza e Populares.

O engenheiro Jerônimo Luís Ribeiro, nomeado pela diretoria da Estrada de Ferro de Baturité, foi contratado por empreitada para os serviços do trecho Fortaleza a Pacatuba, incluindo um ramal que, saindo da Estação iria para o Porto e a Alfândega (hoje Praia de Iracema). Como reforço o Dr. Luis Ribeiro indicou o também engenheiro inglês Edmund Compton, que estava trabalhando no Maranhão para também tecnicamente assistir o início das obras.

O terreno total da Empresa era de 2.238 m² e desta área 91 m² destinou-se para a edificação do vasto salão para atendimento aos passageiros.

No beco onde seria a atual Avenida Tristão Gonçalves (Centro de Fortaleza) a Câmara de Vereadores, tinha autorizado as obras de alargamento em 40 palmos, destinando tal serviço à passagem da Via Férrea, cuja estaca havia sido batida em 1871. Com a abertura da estrada foram aparecendo casebres e consequentemente passou na época a chamar-se: “Rua Trilho de Ferro”.

A colocação da Empresa em terreno no Morro do Croatá, foi como mandou a tradição “Num ponto que também fosse vista para o mar, como era o forte, o hospital da misericórdia e a cadeia pública. Assim a estação obrigaria o navegante bem de longe aproximar-se com respeito”. (Compilado de João Nogueira, do livro Fortaleza Velha, 1954).

O Campo da Amélia que ficava defronte da Estação Central teve uma parte transformada em uma praça conhecida como “Praça da Estação”.

Em 1882 chamaram-na de “Senador Carreira”;

Aos 24 de maio de 1900 foi erguida a estátua do General Sampaio, e o local foi batizado de “Praça da Via Férrea”, pois a Rua da Cadeia teve o seu nome trocado para homenagear o General Sampaio, assim como a Rua do Patrocínio pelo dia 24 de maio.

Na gestão do Prefeito Raimundo Girão, aos 31 de dezembro de 1932, fora assinado a lei nº. 075 e a Praça da Estação ou Via Férrea, oficialmente passou a se chamar “Praça Castro Carreira”.

Em 1966 quando o prefeito era Murilo Borges, a estátua do General Sampaio, fora doada para o quartel do CPOR na Avenida Bezerra de Menezes. Referida praça fora cortada e calçamentada para ser terminal de ônibus. Os fícus benjamins plantados na primeira administração Álvaro Weyne (1928-1930), foram quase todos derrubados.

Neste local em que nasceu a conhecida “Feira dos Pássaros”, hoje extinta pelo IBAMA, o governador Gonzaga Mota por ocasião do centenário da libertação dos escravos no Ceará (25/03/1984), erigiu um monumento no mesmo local da estátua do General Sampaio. Com a implantação do Metrô de Fortaleza, muita coisa mudou.

Como sempre a popularidade prevalece: “Vamos à Praça da Estação!!!”.

Foto colhida por Luciano Carneiro. Década dos anos de 1930. 

 

 

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