Assis Lima
Assis Lima

PRAIA DE MEIRELES DO AREAL AO LUXO

 

 

A existência dos remanescente moradores do Campo do América é a prova cabal de que aquele pedaço era uma Vila de pescadores que viviam de modo simples, isolados até do Centro urbano da Capital. Não estão ali por invasão ou apropriação indébita. São os nativos que não se curvam ante a velocidade do aformoseamento e do progresso, tendo em vista o hoje Bairro Meireles ser e ter o metro quadrado mais caro da cidade. O berço daquela gente é ali, e creio que ali vão permanecer, resistindo a especulação imobiliária.

 

De acordo com a história do nome, Meireles seria um morador de Meira, nome de uma região espanhola. Sendo assim, acredita-se que a família Meireles teve início por meio da família Meira, a qual origina “o velho” Pedro de Novaes, homem rico de El-rei D. Sancho II.

Um ramo familiar Meireles veio para Fortaleza à época do Siará Grande, observar o Cabo de Santa Maria de Consolacion, o Rosto Hermoso – ponta do Mucuripe, que por lá havia passado Vicente Ianez de Pinzón. Existe esta história ou estória de que, lá em Tordesilhas (Espanha) alguém teria que fazer “justiça” ao navegador Vicente Ianez de Pizon, que chegou ao Brasil antes de Cabral. A família Meireles fixou residência, e existiu este espaço, afinal, tínhamos a Praia do Ceará (Iracema) e a do Mucuripe. Por isso surgiu a nomenclatura Praia do Meireles.

 

A Praia do Meireles é o coração da Avenida Beira Mar, via aberta pela Rede de Viação Cearense, quando ocorrera assentamento de trilhos, para fazer convergência entre a Ponte Metálica (Porto de Fortaleza) ao Mucuripe, devido aos aprovados e avançados estudos do novo Porto de Fortaleza na enseada do Mucuripe.

 

 

O espigão de retenção, da hoje Praia Mansa foi construído com pedras transportadas em vagões gôndolas da Rede de Viação Cearense, oriundas da pedreira de São Bento, na localidade de Monguba, Município de Pacatuba – RMF – CE. A inauguração desse ramal ferroviário ocorreu em 25 de dezembro de 1933. Na ocasião contou-se com as presenças do Interventor Federal Roberto Carneiro de Mendonça, do Prefeito Raimundo Girão e do diretor da RVC engenheiro Ulpiano Barros. Uma composição especial saiu da Estação Central conduzindo autoridades e convidados especiais. Dom Manuel da Silva Gomes arcebispo da cidade, acompanhou para proceder a benção.

 No local próximo a que seria as Avenidas Barão de Studart e Desembargador Moreira, existia uma Tamarindeira em cuja sombra tinha um chafariz. Era lá abastecimento das locomotivas, pois na época eram todas à Vapor.

 

Ferir à memória é denominar aquele espaço geográfico de Praia do Náutico, um clube social que surgiria depois. Quando definitivamente foi erradicado o ramal do Mucuripe em 1948, embora o trem já trafegasse via Parangaba desde 1941, o trecho recebeu pedras toscas e a partir de 1961 virou Avenida. Com a pavimentação asfáltica, tornou-se um local chamativo e caro.

A Gestão Pública investiu em peso e a Praia do Meireles, que inicialmente era assistida com transporte coletivo pela Empresa Iracema, hoje é Cartão Postal e os edifícios construídos aformosearam nossa Fortaleza.

Meireles sempre vai ser sempre Meireles.

O bairro possui uma excelente cobertura infraestrutura. Inicialmente era um loteamento receptor dos que fugiam do Centro e fizeram do Meireles (e da Aldeota) sua nova morada. Existe um mapa de autoria do Governador Manuel Ignácio de Sampaio confeccionado junto com seu braço direito Antônio José da Silva Paulet, que se observa o traçado e dá conta de que em 1818, já existia o nome Meireles naquela orla marítima.

Porquê Beira-Mar

Segundo a Wikipédia enciclopédia livre, “a Via fora construída há pouco mais de 50 anos, a Avenida Beira-Mar é um dos principais cartões-postais de Fortaleza é o local de diversão e trabalho mais valorizado na capital devido à sua orla cheia de luxuosos edifícios e hotéis e pelo calçadão movimentado por turistas e praticantes de atividades físicas. Também é local de trabalho para muita gente e encontros com um visual surpreendente. Antes, a presença maior na região era de pescadores e algumas casas de veraneio. A Avenida Beira-Mar começou a ser construída em 1961, com uma grande calçada, no governo de Manoel Cordeiro Neto, que transferiu as casas de pescadores para outros bairros, como a Varjota.

A nova avenida recebeu o nome de presidente Getúlio Vargas mas em 1964 passou a se chamar Presidente Kennedy para futuramente receber o nome que tem hoje de Avenida Beira-Mar, nome bem mais condizente com o lugar que é a cara da cidade que reflete seu povo, seus costumes, sua cultura. É no calçadão que a estátua de Iracema, uma escultura do pernambucano Corbiniano Lins homenagem aos 100 anos do maior escritor cearense, José de Alencar. Ela está lá desde 1965, ano do centenário do romance, sendo um dos principais pontos turísticos da capital. Um pouco a frente, no Mucuripe, o movimento das jangadas é outro atrativo e fonte de inspiração para muitos artistas. Parada obrigatória também é a Feirinha da Beira-Mar, que existe lá desde 1980 e disponibiliza uma grande a variedade de produtos para os visitantes”.

Fontes:

Arquivo Público do Estado do Ceará;

Raimundo Girão, Geografia Estética de Fortaleza, BNB, 2ª Ediução 1979;

Relatório da RVC, Ulpiano Barros, 1933;

Tordesilhas, muito mais que um Tratado, Adilson Candorin, Editora Tubarão, 2004

Wikipédia, Enciclopédia Livre.

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Fotos: Ofipro e Arquivo Nirez.

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