Assis Lima
Assis Lima

O CEARÁ DANDO ADEUS AS CARROÇAS

 

Intenso movimento de carroças na Estação Central de Fortaleza

Foi em 1910, a aprovação pelo Governo Federal do primeiro regulamento para o transporte rodoviário.

O empreendedorismo fez com que o Presidente do Ceará, Nogueira Accioly no ano de 1908, arriscasse e concedeu privilégio por cerca de dez anos a Júlio Pinto explorar empresa de carros automóveis, objetivando transportar passageiros e cargas.

Dentre as cidades e vilas contempladas mencionamos: Maranguape, Itapipoca, Aquiraz, Canindé e Aracati.

Humblet de Julio Pinto

Julio Pinto e seu associado Meton de Alencar importando carros, fundaram a Auto Transporte Cearense. O primeiro carro a circular em Fortaleza foi um HAMBLER que aos 28 de março de 1909, rodou na cidade causando apoteose aos que o viram rodar. Segundo Raimundo Menezes em seu livro “Coisas que o Tempo Levou” foi um veículo muito precário.

Reclame da Associação dos Chauffeurs 

Em 1915, nosso Estado recebeu das mãos do governo um órgão que se destinou peremptoriamente ao controle do serviço de transporte. A Inspetoria fora subordinada à Secretaria de Justiça e Segurança Publica.

A Associação dos Chauffeurs teve sua fundação aos 19 de julho de 1924, sendo anos depois transformada em Sindicato. Seis dias após, ou seja no dia 25 foi instituído o DIA DO MOTORISTA, para coincidir com a tradição religiosa fazendo menção a São Cristóvão.

Carros que renovaria a frota antiga de Fortaleza. 1933. 

 Primeira empresa de ônibus

A primeira empresa de transporte coletivo em Fortaleza, remota ao ano de 1928, quando surgiu a empresa de Oscar Pedreira, para bem servir os moradores do então aristocrático Jacarecanga, meu bairro berço.

 

 

                               Empresa Barbosa de Aracati. 1921.

Ao tempo do empresário Oscar Pedreira, ele tão bem servia as linhas de sua concessão adquirida na gestão de Álvaro Weyne (1928). Tamanho era o zelo pelo transporte, que certos veículos saíam vazios da Vila São José para o Centro, mas ele jamais suprimiu algum horário por falta de passageiros.

Esta foi sua logística: construída a Vila Operária do Pedro Philomeno (1926), sua preocupação número um, foi o deslocamento dos moradores para o Centro da cidade.

Ponto de ônibus no Abrigo Central

A garagem e escritório da Empresa Pedreira Ltda era próximo ao Liceu, na Avenida Francisco Sá, bem ao lado de sua mansão que, em homenagem a Sra. Francisca Pedreira sua esposa, denominou-se VILA QUINQUINHA, afinal na intimidade ele a chamava de Quinha, corruptela de Francisquinha.

Vila Quinquinha

O galpão era alto. Lá os ônibus pernoitavam, passavam por revisão e abastecimento. A armação de sustentação do teto era de tesouras confeccionadas com madeiras de lei. Existia uma bomba de combustível abastecida pela Atlantic, e dois mecânicos habilitados para conduzirem carros grandes para a época. Faziam serviços de funilaria, elétricos, pinturas e quando a coisa era mais complicada Seu Oscar chamava técnicos da GMC e Chevrolet.

Posto Atlantic no Jacarecanga

Falando em Atlantic, o povo do Jacarecanga e transeuntes da Avenida Francisco Sá / José Bastos / Jacinto de Matos deve ao Oscar Pedreira a instalação do Posto Clipper em 1952. O mesmo beirava a Via Férrea olhando para o Mercadinho Público. A Atlantic em 1993 foi absorvida pela Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga.

Os primeiros combustíveis chegados ao Ceará, remota ao ano de 1909, mas os vapores que aqui fundeavam no poço das Dragas e Barra do Ceará, traziam em invólucros tipo tanquinhos derivados de petróleo. Era uma tensão muito grande do Capitão e, dos moços de convés em trazer essa carga. Oscar pedreira era um importador para abastecimento de seus coletivos.

A partir de 1950 foi que se estabeleceu no Mucuripe a Shell Mix primeira distribuidora do ramo.

ônibus no Centro de Fortaleza

No centro de Fortaleza existiam garagens, já que as casas não tinham onde guardar seus veículos. A mais famosa era a Garagem Elite, e os postos mais conhecidos eram o Mazine e o Pará, ambos na Praça do Ferreira.

Posto Mazine na Praça do Ferreira

Concluindo, tanto os mixtos (Jeeps) bem como os carros de praça, circulavam cobrando pelo quilometro rodado, até que em 1969 chegou o taxímetro. De dia normal e a noite e fins de semana bandeira dois. Os únicos que ainda cobram sem medição são os que fazem frete em caminhões pois, depende da carga e a estrada por onde vão, pois as vezes demanda tempo, tanto pra chegarem, bem como descarregar. Existem cabeceiras lentos.

Posto Pará Ultima recordação do quarteirão desaparecido

Hoje são várias empresas para assistir a Grande Fortaleza com os terminais de integração, e os bem confortáveis carros para assistir o interior.

Com relação a carros pequenos não particulares, existem os Taxi e agora o urber, sempre para bem servir.

Serviço Especial de Mobilização de  trabalhadores para Amazônia. 1942

 

Terminal de ônibus na Praça José de Alencar

A Praça do Ferreira e os carros Particulares.

 

Nota: Ainda existe alguma carroça em uso, mas a legislação de proteção aos animais, enfraqueceu esta atividade.  Os brutos merecem defesa.

 

 

 

 

 

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