Avenida em 1936
Avenida Francisco Sá, no final do século XIX, era um estreito caminho que nascia ao Noroeste do campo onde seria construída a praça do liceu. Após a ponte de madeira que transpassava o navegável riacho Jacarecanga, existiam os Lazaretos (desativados em 1866) e aí a carroçável estrada prosseguia de Fortaleza até a fazenda do Coronel Antonio Joaquim Carvalho.
Ao norte da propriedade do Coronel que já se chamou Jardim Petrópolis, próximo ao atual Planalto das Goiabeiras, seria construído um aterro sanitário para ser popularmente conhecido como “Rampa”. Eu já falei sobre o exórdio no capítulo “Origem do Jacarecanga”.
Todos sabem que lixo atraem urubus, e assim para toda aquela região, surgiu a nomenclatura “Bairro do Urubu”. Exemplos da popularidade contagiante foram percebidos quando: A Rede de Viação Cearense – RVC /RFFSA/CFN atual Transnordestina Logística S/A – inaugurou em 1930 seu parque de manutenção mecânica, e foi batizada como “Oficinas do Urubu”; igualmente, a Rádio Iracema de Fortaleza ZYR-7 1300 kHz, quando começou a irradiar em outubro de 1948, a estação transmissora foi instalada nas dunas do Urubu. Sendo assim, a Estrada do Urubu em 1928 passou a denominar-se Avenida Demósthenes Rochert, cujo empedramento foi inaugurado aos 28 de junho de 1931 e recebeu o nome de “5 de julho”. O povo de Fortaleza agora já podia transitar em duas mãos do Jacarecanga até a Barra do Ceará, onde na época pousavam os hidroaviões.
Em 1936 ocorrendo a morte do Engenheiro baiano mas que fora Ministro da Viação e Obras Públicas e Senador da República eleito pelo Estado do Ceará, Francisco Sá. Então, posteriormente essa importante via recebeu o seu nome.
Andar pela Avenida Francisco Sá é respirar um ar de aristocracia, afinal a Aldeota ainda era o Outeiro, e o bairro Dionísio Torres se resumia numa grande fazenda onde, os coqueirais dançavam na brisa da velha Estância Castelo.
Saindo da Praça do Liceu em rumo Oeste, quem não se lembra da mansão do Coronel Pedro Philomeno? Da Vila Quinquinha residência do empresário Oscar pedreira com a garagem de seus ônibus? Do riacho jacarecanga (ainda bem limpo), do SAPS; SAMDU; da Autoviária São Vicente de Paula e o mercadinho Público na beira da Via Férrea de Baturité? Após a passagem de nível tínhamos a José Pinto do Carmo, Casa Machado, Alumínio Ceará, Brasil Oiticica e etc. Depois Autoviária São Vicente de Paula criaria uma linha “Avenida Francisco Sá”, cujo final do percurso era onde foi construído o Hospital infantil. Isto tudo é saudade.
Francisco Sá
Senador e Ministro da Viação e Obras Públicas
A Avenida Francisco Sá que compreendia da Praça do Liceu até os Sete prédios na Barra do Ceará, era a única artéria de Fortaleza com três cruzamentos com a via férrea. A primeira era no Jacarecanga; a segunda no Carlito Pamplona; e a terceira no Urubu que seguia como Ramal Ferroviário da Barra, e que fora erradicado em 1954.
Hoje parece que enxergamos menos do que gente pequena; vez por outra trafego nesta avenida, e não vejo mais nada disso. Nem mesmo a casa da vovó Ester defronte ao desaparecido SAPS. Ninguém era neto daquela anciã, apenas a meninada da Vila São José, tirava do seu sitio caju sem sua permissão, levando vez por outra carreira do seu caseiro.
Inicio da Avenida Francisco Sá
Casarão da Família José Pinto do Carmo
Ônibus da Empresa São Cristóvão
A Avenida ainda tinha mão dupla
Avenida Francisco Sá, vendo-se o inicio da José Bastos
Brasil Oiticica
Administração das Oficinas dos Urubus
Inaugurada em 1930