Assis Lima
Assis Lima

VILAS OPERÁRIAS, UM EMBLEMA DE JUSTIÇA SOCIAL

 

Vila Operária da Estrada de Ferro de Baturité

Avenida da Universidade, Estrada do Arronches Ontem

Que não seja pensado na casa popular como uma coisa do Governo Federal, através dos programas dos Conjuntos habitacionais, Proafa, Cohab no início dos anos de 1970.

. Proafa, para quem nunca soube era a Fundacao Programa de Assistência as Favelas da Região Metropolitana de Fortaleza.

Em um tempo mais recente passou a existir “Minha Casa Minha Vida”, tudo isto objetivando uma casa para o necessitado.

Agora pergunta-se: por que ainda existe o déficit habitacional? A resposta é “ninguém está preocupado com essa necessidade primária da população”; com êxodo rural, processo migratório tudo isto incha as chamadas Zonas de Risco com famílias morando na beira de rios, ou em terrenos marginais. Com construções desordenada e promíscuas, aqueles agora são chamados de Comunidades, tendo em vista chamar “Favela” é preconceito hoje.

Os empresários da indústria de ontem já se preocupava com a moradia de seus empregados. AÍ NASCEU AS VILAS OPERÁRIAS que estrategicamente eram construídas próximo do complexo industrial. Quem primeiro construiu Vila Operária no Ceará, foi a Estrada de Ferro de Baturité, construindo uma na Avenida da Universidade (Estrada do Arronches na época) e outra na entrada do Pirambú.

Os observadores da cidade de Fortaleza, antes da criação do

Mutilada mais ainda existe a segunda Vila Operária da Ferrovia Cearense.

Avenida Jacinto de matos entrada do Pirambu

 Parque Industrial, notadamente decifrava aquelas moradas como “Vila Operária da Fábrica tal”.

► Tomaz Pompeu Têxtil tinha sua vila no Bairro Olavo Bilac;

► Fábrica Santa Cecília da Unitêxtil ficava no seu entorno na Parangaba;

► Gasparian Têxtil, era a Vila São Pedro próximo à Avenida Duque de Caxias;

► Casa Machado com manufatura do caroço de algodão também tinha uma Vila Chamado São Pedro também na beira da via férrea de Baturité;

► José Pinto do Carmo tinha sua vila por detrás do Posto Clipper no início da rua José Bastos.

► Clemente Sanches e Alumínio Ceará tinha a Vila Assis, Inicio da Rua Monsenhor Dantas, no Jacarecanga;

►A Siqueira Gurgel (Usina Ceará) sua vila operária era no Cercado José Padre, olhando para a Igreja N.S. das dores. Depois com a urbanização da Avenida Bezerra de Menezes sendo alargada em 1959, as casas foram mutiladas;

► A Katu do Brasil tinha sua vila próximo do Paiol da Pólvora;

► a Fábrica São José, apesar de não mais existir, e embora mutilada, a Vila do mesmo nome ainda sobrevive, e lá foi meu berço, no ex-aristocrático Jacarecanga.

Vila Operária da Siqueira Gurgel, desaparecida em 1959.

Vila São Pedro para os operários da Casa Machado no Jacarecanga

 

Por fim, havia sido criado bem no coração da hoje grande parquelândia, a “Vila dos Industriários”, o que levou empresários a criar uma linha de ônibus com este nome.

As diferenças sociais e econômicas contribuem para as disparidades, antagonismo e até mesmo rivalidades. A desigualdade faz isto pois, esta é uma sociopatia em nossa Nação. Um Brasil rico, mas onde o pobre fica mais pobre e o rico mais rico.

Vila São José

Rua Dona Bela

Atentemos a belíssima justiça social deixada como legado dos nossos industriais: “Fazer casa para seu trabalhador”.  Só podia existir empatia, afinal, todos tinha a mesma posição, salário e ambiente igualitário. O local do trabalho prazeroso para o sustento das famílias, era a segunda casa de todos.

Vilas existem as mais diversas, e tem sua origem histórica no Brasil colônia. Na grande Fortaleza ainda temos: Vila Betânia, Vila Simone, Vila Sarita, Vila Santo Antonio, Vila Manuel Sátiro etc….

Agora, Vila Operária é muito melhor, pois foi um emblema que marcou capitulo da história social de Fortaleza.

 

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