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Aspecto da antiga Estação de Pitombeira
Primitivamente, Senador Sá era Pitombeiras, distrito de Massapê onde, em 1700 era habitada pelos índios Tapuias, cujo chefe da taba, o valente Cocochiní vivia em vigília, para repelir alguns ataques dos Arreios que dominavam às margens do Rio Acaraú.
Esses nativos embora de uma mesma cultura e sendo inimigos e rivais, respeitavam seus limites. Assim viviam em guerra fria até que, em 1713 os colonos brancos pertencentes a uma segunda expedição Governamental os atacaram, tomando-lhes as terras, as roças e como se não bastassem, até as donzelas indígenas passaram a serem suas mulheres.
Casa do Agente de Pitombeiras
Desta mistura originou-se na zona Norte do Siará Grande, os inúmeros caboclos de chapéu de palha e alpercatas, cujos remanescentes com os mesmos antigos costumes, foram habitar na Serra Verde (Massapê), Meruoca e na Pitombeiras.
Pitombeira é uma árvore sapindácea do Brasil cujo fruto é a pitomba, e o registro mais antigo de Pitombeiras que se tem conhecimento, é de 24 de outubro de 1736, quando o Capitão–Mor Domingos Simões Jurdão, doou ao Sargento-Mor Manuel Dias Carvalho, uma Sesmaria de três léguas abrangendo também a Serra da Meruoca.
Está conservada a Estação de Senador Sá
Era uma região de aspecto sertanejo, com características peculiares onde, devido propriedades rurais não entrou em decadência pois, prosperou a olhos vistos, tornando-a sucessivamente distrito, Vila e finalmente Cidade.
O povoado por força da lei nº 1.858, de 9 de setembro de 1921 foi transformado em distrito de Massapê. A terra das pitombas, estava sendo observada pela classe política e agropecuária como uma terra promissora devido ao pastoreio e o algodão, e assim se preparando para a condição de emancipação política.
O território de Pitombeiras havia recebido sua alavancada pela passagem da Estrada de Ferro de Sobral. Com altitude de 87,210 metros, aos 2 de julho de 1881, foi inaugurada a estação ferroviária de Pitombeiras, cuja cerimônia fora presidida pelo Eng.º da Estrada de Ferro de Sobral, João da Cunha Beltrão quando, triunfalmente a locomotiva nº 3 parou na esplanada. Posteriormente essas máquinas seriam apelidadas de “Monstros de Ferro com Olhos de Fogo”.
Por esse novo caminho de ferro que urbanizou os sertões, criou-se Vilas quando passaram a circular os trens da EFS, e aqui faço registro das três primeiras locomotivas à vapor. Todas adquiridas na The Baldwin Locomotiva Work, Filadélfia –USA, as mesmas tiveram os seguintes apelidos: nº 1 “Sinimbú”; nº 2 “Viriato de Medeiros” e a nº 3 “Rocha Dias” (esta foi a que esteve na inauguração de Pitombeiras).
Esta é a Locomotiva que outrora denominava-se Rocha Dias.
Com escoamento de sua produção embora faturada para Massapê, com migrações, urbanização e o crescente comercio local, não tardou sair em plena ditadura Vargas, o decreto-lei nº 448, de 20 de dezembro de 1938, mudando nome de Pitombeiras para Senador Sá, homenageando o mineiro que tinha sido Ministro da Viação e Obras Públicas (1909-10) e, um Jornalista de influência na política do Ceará, Estado que representou no Senado Federal. Estava no mandato, quando foi cassado devido a revolução de 1930. O distrito já denominado Senador Sá, ainda permaneceu integrante do município de Massapé.
As locomotivas partiam de Camocim
Não existia ligação ainda com Fortaleza
Senador Sá foi elevado à categoria de Município, pela lei estadual nº 3762, de 23-08-1957, e a Sede passou a administrar três distritos: Salão, Serrota e Crôa dos Angicos, ambos desmembrados com áreas do distrito, agora sede. O Município foi instalado em 25-09-1959.
Senador Francisco Sá
(1862 – 1936)
Como vários Municípios cearenses, Pitombeiras, hoje Senador Sá se consolidou devido à Estrada de Ferro de Sobral. O povo senadorsaense é bravo pois, sofreu com a extinção do ramal ferroviário de Camocim, em 1 de setembro de 1977. Ora se todo o progresso deste Distrito/Cidade veio com o trem, é preciso muita garra para sobreviver sem ele.
Este é o aspecto atual da Avenida 23 de agosto. (antigo trajeto do trem).
O Poder Público salvou este prédio histórico.
Para o enobrecimento da sua história, a estação ainda está de pé, para meditação dos pesquisadores e orgulho dessa gente.
Deputado Oziel Pontes
O povo senadorsaense muito lhe deve.
Fontes:
– Arquivo Público do Ceará, Fonte primária, maço dos anos 1700, folha 290;
– Inesp, Assembleia Legislativa do Ceará, Legislatura 1951-55;
– Relatórios da Estrada de Ferro de Baturité (1875-78), Estrada de Ferro de Sobral (1881-1882).
– Wikipédia, O Município de Senador Sá.