Assis Lima
Assis Lima

NASCIMENTO DO JORNALISMO TELEVISIVO NO CEARÁ

 

Luciano Diógenes e Ciro Saraiva

Redação  da TV Ceará.

Em 1960 quando a televisão entrou no ar em território cearense, o talento dos jornalistas da época tinha desafios na elaboração dos produtos até então desconhecido, mesmo por os que labutavam no rádio. A notícia que que ter o formato de atração, senão o telespectador não se prendia ao que se narrava. A televisão ampliou, dando novo impulso necessário para formatar a sociedade nesse veículo informativo, com discurso legitimando as propostas da linha editorial.

Um dos noticiosos de maior credibilidade, era o Matutino Pre9 muito bem conduzido por Aderson Braz, que nem um pouco se abalou com o surgimento da televisão. Os que migraram da Ceará rádio clube, apenas acompanharam o compasso da notícia, mas ninguém estava qualificado para viver essa nova fase com este poderoso veículo.

Aderson Braz

A equipe jornalística da Ceará Rádio Clube, propôs de início a que fosse levado ao ar de segunda a sábado, O Repórter Cruzeiro e o Correio do Ceará na TV. Aos domingos apenas resenha lidas do Jornal Unitário.

Os noticiosos, segundo Eduardo Campos “Não cabia ancoragem, pois tinha os apresentadores apenas de ler”. Recebiam as notícias devidamente elaboradas por Luciano Diógenes, Tarcísio Holanda e J. Ciro Saraiva. O slogan era “informar e muito bem informar sem deixar lacunas, por telespectador exigente”.

O governador Virgílio Távora, em seu primeiro Governo na eleição de 1962, certa vez telefonou de seu gabinete no Palácio da Luz para a TV, contestando uma notícia, ao qual por sua vez recebeu a resposta de Aderson Braz que o atendeu: “E foi verdade Governador, cobre de seu assessor a responsabilidade deste ato”. Era assim a credibilidade dos noticiosos dos Associados de Assis Chateaubriand.

Aderson Braz e Cândido Colares

Acontecia fatos inusitados que viraram notícia no Ceará, a pergunta era esta: “Saiu na Pre9 ou na TV?”. Porque se não tivesse sido noticiado, o povo ficava com dúvida.

O Correio do Ceará na TV em sua primeira página durou pouco pois, foi fechado um acordo com a Companhia aérea Real, que passou a ser cliente da TV Ceará Canal 2; então o noticioso passou a denominar-se Repórter Real, e aí o mesmo foi encampado por Cândido Olímpio Colares, que vindo do Crato passou também a substituir Narcélio Limaverde no Repórter Cruzeiro. Foi formada a dupla Aderson e Cândido Colares. Colares foi substituir Hermano Justa na bancada do Matutino Pre9.

Narcélio inaugurou o Repórter Cruzeiro

A Companhia aérea Real posteriormente foi adquirida pela Varig, e o telejornal desapareceu temporariamente. Continuando o Repórter Cruzeiro que era patrocinado por uma loja líder em confecção “A Cruzeiro”. Sempre em suas edições dizia: “O Repórter Cruzeiro traz a notícia que você lerá amanhã”. O Correio do Ceará na TV por questões de patrocínios, voltou para a TV.

Em abril de 1961, chegou mais um noticioso na TV em formato de flash: O Noticiário Relâmpago, sendo mantido pela “Casa das Máquinas o Maior Crediário do Ceará”. Ia ao ar em três edições: as 18.58 h. as 19.40 h e a última as 21.22 h. A apresentação era do jovem Paulo Limaverde irmão do Narcélio. Reforçando a equipe, chegaria em 1963 Assis Santos, Teobaldo Landim e Egídio Serpa.

Paulo Limaverde e  Noticiário Relâmpago

Foi assim que sem o auxílio do vídeo tape, iam para o ar as notícias com apenas fotos paradas, e comerciais quando não eram ao vivo, propagavam com locutores de cabine.

Este feito heroico precisa ser anexado a história. Quem não lembra de Oliveira Filho que ao ler as notícias fazia malabarismo no pescoço em que, precisava ficar atento ao papel em suas mãos, e outra de olho na luzinha vermelha da câmara.

Cândido Olímpio Colares

Com a chegada do vídeo tape de 1965-66, então começaram a aparecer enlatados que as vezes não condiziam com a realidade, e muitos chegavam a esta colocação quando outrora assistiam notícias internacionais, à época do Repórter Real.

Muita coisa ficou pastelão na Televisão Brasileira.

Galeria dos anunciantes dos telejornais.

 

 

 

Estelinha garota Propaganda da Real

Referências:

–  Campos, Eduardo: 50 anos de Ceará Rádio Clube, UFC, 1984;

–  Idem, TV Ceará a fábrica dos sonhos, UFC, 1999;

– Carvalho, Gilmar: A Televisão no Ceará, Industria Cultural, Consumo e Lazer           Omni ,2004;

– Garcia, Fátima: Blog   Fortaleza Fatos e Fotos;

–  Leitão, Claudia:  Memória do Comércio Cearense, Senac – Nacional, 2001;

Fotos : Leocácio Ferreira e  Irismar Colares.

 

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