Assis Lima
Assis Lima

UMA OLHADELA DA JANELA DO TREM

 

Após um silvo longo

Novas imagens meus olhos desvendaram.

Meu amigo trem partiu robustamente para cumprir sua rota diária.

Enquanto a locomotiva arqueja,

As rodas dos carros vibram com o esfrego na linha de ferro.

Então medito:

No progresso das gentes,

No ferroviário autêntico,

No laborioso aposentado.

Lembro-me do matuto humilde do sertão;

Vejo a cidade com o povo se beneficiando com o rápido suburbano;

O comerciante e o industrial transportando seus produtos com segurança e economia”.

Viajando de trem não se teme o trânsito agitado,

Nem tão pouco as matas tenebrosas.

Passeio inesquecível.

De repente caiu-me o semblante;

É que cheguei a minha parada.

Após uma pausa, a sineta tocou.

Naquele êxtase motivado pela separação,

Ficara a lembrança de quem se foi.

O comboio desapareceu no horizonte.

Então reagi no saudosismo com alma de poeta:

“Partiu o trem desbravador

Caminhando ao seu destino,

Ficando no coração admirador

O abraço do maquinista, o barulho do sino”.

 

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