Deposição do Governador Clarindo de Queirós
José Clarindo de Queirós, nasceu em Fortaleza em 22 de janeiro de 1841. Militar e político brasileiro..
Inclinado para a vida militar, assentou praça aos quinze anos de idade, em 1856. Em 1865 já tomava parte na Guerre da Tríplice Aliança e de lá voltou para o Rio de Janeiro e devido sua significativa atuação, ganhou o posto de Tenente-coronel.
Quando encarregado de fortificar as fronteiras da província do Amazonas , os cearenses lá residentes ofertaram-lhe uma espada de honra, em setembro de 1874, sendo promovido a Coronel.
No regime monárquico, foi Presidente da da Província do Amazonas , nomeado por Carta Imperial de 9 de outubro de 1879, e ficou de 15 de novembro de 1879 a 26 de junho de 1880, e foi quando também passou a General de Divisão, para Comandar as Armas.
Aos 7 de maio de 1891 de volta à sua terra, o Congresso Constituinte do Ceará o nomeou Governador e nesse cargo se manteve até ser deposto, em 16 de fevereiro do ano seguinte, pelas Forças Federais.
Mas o que levou à Sua Deposição
Pelo exposto, sabemos que Clarindo conseguiu assumir vários cargos político na era imperial, inclusive Presidente da Província amazônica. A Assembleia Constituinte do Ceará tinha vários deputados ligados aos políticos imperiais. Floriano Peixoto temendo haver um recuo na história da República recém criada, resolveu depor todos os Governadores com afinidade política ao extinto Império.
Tudo ocorreu na tardinha de 16 de fevereiro de 1892. Fortaleza mal tinha acendido seus lampiões companheiro das noites pelas calmas ruas da cidade, quando começou rumores de algo atípico. A calmaria do vento leste proveniente do Outeiro (Aldeota), trazia algo estarrecedor. Barulho, estampido por armas de fogo.
Aos poucos cadetes da Escola Militar do Ceará (Colégio Militar) saíram num clima de revolta para atacar o Palácio da Luz, objetivando depor o Governador Clarindo de Queirós.
O Presidente Floriano Peixoto havia autorizado o Exército para fazer tal, e o tiroteio foi imenso. As barricadas foram postas para as charretes não circularem e privar os Pró-Clarindo a conduzir material bélico. A Praça General Tibúrcio virou campo de batalha, e tamanho foi o conflito armado que destruíram o pedestal da Estátua de general Tibúrcio, em que ela caiu de pé fora da sua base.
Percebendo que muita gente já estava ferida, de uma das sacadas do Palácio da Luz, o Governador estendeu “Bandeira Branca”, e renunciou.
Após uma pequena reorganização em sua vida familiar, Clarindo abandonou o Ceará indo para a Capital Federal, para não mais voltar.
Com saúde abalada, Faleceria no Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 1893. Hoje é nome de Rua no Centro de Fortaleza.
Governo: 28 de abril de 1891 até 16 de fevereiro de 1892.
Antecessor: Feliciano Antônio Benjamim;
Sucessor: João Nepomuceno de Medeiros Mallet.