Registro raríssimo da comissão no Croatá
No terreno onde seria estabelecida a Cidade de Fortaleza, no século XVI ainda existia domínio indígena até que os holandeses conseguiram em meio a massacres se estabelecerem. Matias Beck (comandante Flamengo) ergueu o Forte de Schoonemborch, com a finalidade de se defender dos nativos aliados aos portugueses, às margens do Riacho Pajeú no monte Marajaituba (hoje 10ª Região Militar).
Pois bem, ao Oeste do Forte no mesmo nível, estava “O Morro Croatá” que serviu de base militar no século XVII, e que posteriormente em 1859 por ordem da Corte fora construído um observatório astronômico.
Nas escavações na Estação Central,
provas arqueológicas da Base Militar
Estudos humanísticos buscavam a “Origem” do Brasil por sua história, enquanto cientistas ocupavam-se na análise dos recursos naturais por todo o Brasil. O imperador criou em 1856 a comissão científica.
Em 1859 fora instalada em Fortaleza a comissão que, fora denominada; Expedição das Borboletas.
O Ceará como uma província inexplorada em seus recursos de jazidas, flora e fauna, fora a motivação para a instalação dos instrumentos científicos da época, pois estava na pauta estudo climatérico, visando amenizar o sofrimento do povo, vítima de constantes estiagem.
A expedição tinha na equipe botânicos, etnólogos, geólogos, zoólogos dentre outros, todos vindos da Corte no Rio de Janeiro, cujo desembarque ocorreu no Poço das Dragas, antigo trapiche Ellery.
Foi no solo deste registro raro, que que fora inaugurado o Campo da Amélia, e que fora escolhido para ser erguido a partir de 1870 o complexo que se denominaria “Companhia Cearense da Estrada de Ferro de Baturité” como leremos.
Ao lado desse observatório ficava o “Campo da Amélia”, que inaugurado em 29 de junho de 1830 onde homenageou a II Imperatriz do Brasil, D. Amélia Leuchtthemberg. Foram plantados neste campo vários juazeiros e, um bonito gramado divido em quadras. Conta-se que foi de onde surgiu a redundante frase: “Não pise na grama”.
Localização do Campo da Amélia.
O assentamento da pedra fundamental para o início da construção da Estação Central, ocorreu no final da tarde de 20 de janeiro de 1872, estando presente o Comendador João Wilkens de Matos, Presidente da Província , e seu antecessor, Conselheiro Barão de Taquari; estiveram também, Corpo Legislativo, autoridades civis e militares, funcionários públicos, Clero, Nobreza e Populares.
Neste Registro observamos as duas fachadas: 1873 e 1880
A colocação da Empresa em terreno no Morro do Croatá, foi como mandou a tradição “Num ponto que também fosse vista para o mar, como era o forte, o hospital da misericórdia e a cadeia pública. Assim a estação obrigaria o navegante bem de longe aproximar-se com respeito”. João Nogueira
Arquiteto austríaco Henrique Folgare
Projetou a Estação Central de 1880.
Fontes:
Fortaleza Velha, João Nogueira, 1954, Edição UFC, 1979;
Instituto do Ceará
Registro Fotográfico de domínio Público.