O terreno do pátio fora adquirido pela Rede de Viação Cearense ainda quando subordinada ao IFOCS (1921), aos descendentes de Lobato Lira, de quem receberam em 1743 as sesmaria Missão dos Mirandas (nome primitivo do Crato) por o Capitão–Mor Alvares de matos.
A estação do Crato cuja pedra fundamental fora lançada aos 31 de maio de 1925, seria terminal, por isso deveria ter um armazém anexo que, também serviria de dormitório para tripulações que ali pernoitavam.
Participaram da construção do Prédio as construtoras “Alfredo Dolabela Portela & Cia e a Jacinto de Mattos Cia Construtores e Empreiteiras”, que ficava em Fortaleza na Rua Senador Alencar nº 9.
Pela Via Férrea trabalhou na Sexta Divisão “Construção e Prolongamentos” os engenheiros José Augusto Lopes Filho e Antônio Deodolindo de Anário Braga.
Era Diretor da RVC O Engenheiro Demósthenes Rokert, que saindo do cargo em 30 de outubro de 1926, que deixou tudo quase pronto para o seu sucessor Adelmar de Melo Franco.
Chefe da Linha: Álvaro Agostino Durand; Chefe do Escritório da Divisão: Arthur de Moura Ramos e com desenho de Cornélio Diógenes, que replicou uma planta trazida por Demósthenes Rockert que trouxe o Rio de janeiro.
Aos 13 de novembro 1926, km 600,003 com altitude der 421,900, com as presenças do Governador João Moreira da Rocha, Prefeito Joaquim Fernandes, Aldemar Franco então diretor da RVC e com as bênçãos do Padre Cícero a Estação de Crato foi inaugurada
O primeiro agente de Estação foi o Sr. Francisco Inácio Ramos, que era o agente de Guayuba.
. .
Aqui abro um parêntese, decifrando o enigma para os estudiosos da história do Rádio Cearense, o porquê de João de Medeiros Ramos, sendo natural de Guayuba, o que ele estava fazendo na Cidade de Crato, quando inauguraram em novembro de 1937 a Amplificadora Cratense e, lá foi trabalhar em 1941. Seu pai o levou.
Estação em 1941
Notoriedade da Estação:
Terminal do Ramal Linha Sul que nasceu em Arrojado; Recebeu trens de passageiros com dormitório para maquinistas e pessoal de trem; Distribuía petróleo vindo do Mucuripe em Fortaleza, cujo descarregamento era no distrito de Muriti. Orlandino foi arrendatário por muito tempo.
Todo abastecimento petrolífero no Sul do Estado era por ferrovia, com base em Crato. Petrobrás, Esso, Shell (Sabá) e Texaco alugavam vagões tanque. Somente a Atlantic era que apenas pagava o frete.
O gesso era outro produto calcário da região além de produtos como açúcar e algodão justificou a grande movimentação.
A estação tinha esta apoteose, até que o princípio do fim começou. Dezembro de 1988, o trem de passageiros deu adeus. Depois as gôngulas de gesso ficaram vazias e finalmente o trem foi vencido por carretas e demais transportes rodoviários.
A estação mesmo com uma nova política implantada pela Transnordestina que substituiu a CFN, não resistiu. Hoje é história…..