Após um silvo longo
Novas imagens meus olhos desvendaram.
Meu amigo trem partiu robustamente para cumprir sua rota diária.
Enquanto a locomotiva arqueja,
As rodas dos carros vibram com o esfrego na linha de ferro.
Então medito:
“No progresso das gentes,
No ferroviário autêntico,
No laborioso aposentado.
Lembro-me do matuto humilde do sertão;
Vejo a cidade com o povo se beneficiando com o rápido suburbano;
O comerciante e o industrial transportando seus produtos com segurança e economia”.
Viajando de trem não se teme o trânsito agitado,
Nem tão pouco as matas tenebrosas.
Passeio inesquecível.
De repente caiu-me o semblante;
É que cheguei a minha parada.
Após uma pausa, a sineta tocou.
Naquele êxtase motivado pela separação,
Ficara a lembrança de quem se foi.
O comboio desapareceu no horizonte.
Então reagi no saudosismo com alma de poeta:
“Partiu o trem desbravador
Caminhando ao seu destino,
Ficando no coração admirador
O abraço do maquinista, o barulho do sino”.