PRAIA DOS ARPOADORES
O nome do local provém do fato de, no passado, ser possível arpoarem-se baleias. Assim, historiadores atribuem a origem do nome ”’Arpoador”’, ao fato de que, no período colonial, o local era utilizado por pescadores (“arpoadores”) para visualização e posterior pesca com arpões das baleias que se aproximavam do local.
Aos que desconhecem nossa Capital foi saindo da escuridão à custa do sacrifício de fauna marinha, hoje na lista de extinção. As baleias desapareceram da Costa Norte brasileira, pois, a iluminação pública da Fortaleza Provinciana, tinha como combustível, o azeite de peixe, cujos estudos datam de 25 de janeiro de 1834, mas que só foram concretizados em março de 1848, quando já era Presidente da Província Cearense, o Dr. Casimiro José de Moraes Sarmento
O registro da Praia dos Arpoadores, ou da Primitiva Vila de Pescadores, deveu-se a importância dessa caça às baleias naquele local. No Mucuripe tinha o farol, no Centro movimento de navegação que fundeavam no Poço das Dragas; existiam trapiches no Jacarecanga; aliás existiam navegações nos Rios Maceió (Meireles), Pajeú (Centro), Jacarecanga (mesmo nome) e o Rio Ceará (Na Barra). O local mais propício para esses grandes animais marinho se aproximar era a calmaria da Vila dos Pescadores, que com essa atividade pesqueira o Presidente da Província juntamente com o Intendente comprava o animal, e trazia as carnes em barcos até o Poço das Dragas.
O processamento era retirar toda a gordura das baleias; e as mesmas eram transformadas em azeite para a iluminação pública. A carne era doada para a caridade.
A família Boris em 1906, contratou um fotógrafo e o levou ao local para fazer esses registros que hoje subsidiam à posteriori.
Em 1975 tive o privilégio de ir na casa de alguns amigos que eram enfermeiros, e ainda palmilhei na areia frouxa desse bairro, por sinal uma construção desordenada, sob o sol escaldante. Foi quando cheguei perto da antena da estação transmissora da minha Rádio Escola: Iracema de Fortaleza.
Arpuadores hoje é uma praia incorporada ao Bairro Colônia, e o projeto Vila do Mar, tornou o local atrativo, e a coisa ficou sem expressão. Ainda existe hoje pescadores remanescentes, mas muitos nem sabem dessa história.