A MOÇA DA ESTAÇÃOZINHA POBRE
“Eu amo aquela estaçãozinha sossegada
Aquela estaçãozinha anônima que existe,
Longe, onde faz o trem uma breve parada…
Na casa da estação, que é pequena e caiada,
Mora, a se estiolar uma menina triste;
À chegada do trem, semi-erguendo a cortina
Ela espia por trás da vidraça que a encobre,
Muita gente do trem para fora se inclina
E olha curiosamente o rosto da menina
Tão anônima quanto à estaçãozinha pobre;
O trem parte… Ficou na distância esquecida
A estaçãozinha… E a moça triste da janela…
Mas, vai comigo uma lembrança dolorida…
Quem sabe se a mulher esperada da vida
Não era aquela da estação, não era aquela,
Aquela que ficou para trás, perdida?”
Ribeiro Couto