Eis o mato estalando
Na imensa agrestina,
É um cabra trabalhando
Igual a gente fina;
O sol já na altura
Tremendo as imagens,
Vemos a sua bravura
Por entre as folhagens;
Com vestes de couro
Prá se livrar do espinho,
Ir de encontro ao touro
Até parece linho fino;
Correr atrás de animais
É coisa de homem valente,
Com alegria se satisfaz
Pois é algo decente;
Quando o sol da alturas desce
Recolhe o gado enfadado,
Aí o dia enegrece
E ele fica atrapalhado;
Será bom repousar
Ou ir ver a namorada,
Que está a esperar
Para boa temporada;
Vida de vaqueiro é labor
Que divide o coração,
Entre animais e o seu amor
Tudo é emoção;
Ao corajoso vaqueiro
Minha sincera admiração,
Quer barro rachado ou ribeiro
Nunca abandona o sertão.