Assis Lima
Assis Lima

COUTO FERNANDES MARANHENSE QUE FEZ PELO CEARÁ

 

Engº Couto Fernandes Saindo para uma viagem de inspeção na linha de Baturité, ocasião em que inauguraria a Estação de Lavras da mangabeira. 01-12-1917. No trem um não identificado; ao lado de Couto Fernandes o Eng.  Theógenes Rocha recebendo instruções do Secretário adjunto Eng° Piquet Carneiro (de Barba) e do Agente da Central, Sr Manuel Barboza Maciel.

 

Foi a terrível seca de 1915 que fez com que o Governo Federal, como medida de socorro público, rescindisse os ciclos de arredamentos porque passava a nossa ferrovia cearense.

Atendendo aos reclamos dos cearenses agonizados com o flagelo, a União reassumiu todo o Parque Ferroviário do Ceará aos 25 de agosto de 1915, por força da lei nº 11.692 assinada pelo Presidente Wenceslau Braz.

A Rede de Viação Cearense – RVC ficou sendo comandada pelo maranhense, Engº Henrique Eduardo Couto Fernandes que desde abril já estava no Ceará, à serviço do Ministério da Viação e Obras Públicas, como Inspetor Federal de Estradas de Ferro.

Couto Fernandes fora designado para fazer a transição da Ferrovia cearense que estava nas mãos da arrendatária South American Railway Construction Limited que administrava as Estradas de Ferro de Sobral e Baturité.

A Companhia arrendatária não tinha o direito de transferir o presente contrato no todo ou em parte, sem o consentimento do Governo, porém, por conta de cláusulas contratuais havia sido criada em Londres a “Brazil North Eastern Railway Limited” (Estrada de Ferro Nordeste do Brasil – EFNB), para fins de exploração da Rede e que com a revisão contratual, serviria de representação perante o Governo brasileiro em tudo o que estivesse relacionado aos transportes. Essa Empresa foi subsidiária da “SARCCOL”, ou seja, enquanto a South American Railway executava as construções, a Brazil North explorava os serviços de transportes.

. As mesmas foram reestatizadas em agosto de 1915, passando em definitivo a se chamar Rede de Viação Cearense – RVC.

Couto Fernandes foi diretor da RVC de 1915 a 1922 sendo estes os destaques em sua profícua gestão:

► Inaugurou as seguintes estações na Linha Norte

ANTONIO BEZERRA, Barro Vermelho 7,506 12-10-1917 17,900
CAUCAIA, Soure 19,600 12-10-1917 21,940
BOQUEIRÃO 32,440 15-11-1920 53,600
GUARARÚ, Arara 35,620 15-11-1920 35,200

► Inaugurou as seguintes estações na linha Sul:

JOSÉ DE ALENCAR (Saída ramal de Orós) 436,984 30-03-1916 230,000
VÁRZEA DA CONCEIÇÃO 448,754 15-08-1916 224,000
MALHADA GRANDE 454,095 15-08-1916 242,000
CEDRO 467,819 15-11-1916 246,000
LAVRAS DA MANGABEIRA 491,036 01-12-1917 240,963
IBOREPI, Riacho Fundo 503,178 07-09-1920 250,580
AURORA 516,450 07-09-1920 264,820
PAJUÇARA, Acaracuzinho. 19,041 24-05-1918 28,064
ALFREDO DUTRA, Açudinho 112,446 23-12-1921 162,000
SALVA VIDAS 251,091 09-01-1921 213,210

Por último e não menos importante na gestão Couto Fernandes, foi a retirada dos trilhos do Centro da Cidade em 1920. Surgiu a chamada “Linha Nova”, saindo o trem da Central e indo para o Matadouro que a partir de 1926 denominou-se Octávio Bonfim.

Após transferir a direção da Rede de Viação Cearense (hoje Transnordestina Logística S/A) em abril de 1922 para Luciano Martins Veras, Couto Fernandes retorna para o Maranhão.

No Maranhão Couto Fernandes ajuda na Construção da estação de São Luís. Após aprovação pelo engenheiro Teixeira Brandão, então diretor da Estrada de Ferro São Luís-Teresina, a estação começou a ser construída em 14 de novembro de 1925, sendo inaugurada em 15 de novembro de 1929. CF como Inspetor do DNEF viabilizou recursos para a Ponte de Ligação e inaugura em 1937 a ligação Teresina – São Luís.

Na década dos anos de 1940 se aposentou e vindo a falecer em 1955.

 

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