Estação de Muxuré com já o nome de Prudente de Moraes – 1911.
Muxuré do Tupy “Terra de Recreio de Gados”, fica no centro mais produtivo da então Vila de Quixeramobim, sertão central do Ceará.
A data da sesmaria é de 20 de agosto de 1823, e fora concedida pela junta do Governo provisório, ao Miguel José de Queiros, onde abrangeu uma légua com as fazendas Muxuré e São João, e está registrada às folhas 36 e 37 do livro 14 do registro das Sesmarias por Viana Paz. Referido documento está no Arquivo Público do Estado do Ceará.
Muxuré foi um distrito localizado no atual município de Quixeramobim, no Estado Ceará. Ficou muito conhecido por sua rica história e cultura, a segunda cidade mais populosa do Sertão Central do Ceará.
Contexto histórico
“A Guerra de Canudos foi um dos principais conflitos que marcaram o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. Aconteceu de novembro de 1896 a outubro de 1897 no sertão da Bahia, em uma fazenda improdutiva ocupada por Antônio Conselheiro (natural de Muxuré) e seus mais de 20 mil seguidores.
Teve caráter messiânico, por conta das pregações do beato, mas envolvia a luta contra a fome, a miséria e a seca nordestina, região desassistida pelo governo federal, que passava, naquele momento, pela transição da monarquia para a república.”
A Guerra dos Canudos foi um movimento de resistência à opressão dos latifundiários comandada por Antônio Conselheiro, no sertão baiano, foi o problema mais grave do governo de Prudente de Moraes. Ocupou grande parte do seu governo, de 1896 a 1897.
Para dispersar o movimento de resistência no Arraial de Canudos, comandado por Antônio Conselheiro, o governo da Bahia enviou para a região três expedições militares, todas derrotadas.
O Presidente Prudente após uma licença, ordenou ao Ministro da Guerra, Marechal Bittencourt que se dirigisse para a Bahia e assumisse o controle das operações. Após intenso bombardeio de canhões o arraial não resistiu, sua população foi toda massacrada.
Por ser o primeiro presidente civil,
na minha opinião deu péssimo exemplo.
Reverberando
“A Guerra de Canudos foi um confronto bélico entre o exército brasileiro e a comunidade liderada pelo religioso Antônio Conselheiro, em Canudos, interior da Bahia. O conflito aconteceu entre 7 de novembro de 1896 e 5 de outubro de 1897. O governo da época, presidente Prudente de Morais, por ser civil ainda no processo de transição para o regime republicano, considerou o movimento “rebelde” e assim enviou o exército para combatê-lo, matando mais de 20 mil pessoas e configurando um dos maiores massacres de nossa história.”
Antônio Conselheiro nasceu no Ceará, na localidade de Campo Maior em 1828, com o nome de batismo Antônio Vicente Mendes. Estudou português, francês e latim e assumiu os negócios da família depois da morte do pai, que era comerciante.
Agora sim….
A construção e prolongamento da Estrada de Ferro de Baturité, não obedecia a tangentes, mas sempre a coisa ficava sinuosa devido as vantagens que as terras iam oferecendo como oportunidades para o transporte. Muxuré, terra natal de Antônio Conselheiro que, ficava na Nova Vila do Campo Maior obteve o privilégio.
Por força da lei 770, de 14 de agosto de 1856, toda a localidade adquiriu foros de cidade, com a simples denominação de Quixeramobim.
Estação de Muxuré foi inaugurada em 14 de setembro de 1899, no Km 260,735 com 195,000 de altitude.
Na linha Sul Muxuré só iria perder no transporte de gado para Malhada Grande que viria à posteriori. (Agosto de 1916).
O relatório cuja narração da movimentada inauguração apoteótica da estação em epígrafe, fora destruído e seus dados irremediavelmente foram perdidos com fotos, no criminoso incêndio em 1915.
Em 1902 ocorreu a segunda greve dos ferroviários na República Federativa, efeito da desastrosa política econômica do Presidente Prudente de Moraes, e a Estrade Ferro de Baturité só não faliu, devido a habilidade de Bernard Piquet Carneiro.
Então, fora cogitado a que a Estação de Muxuré de denominasse Antônio Conselheiro, porém, aproveitaram o ano da morte de Prudente de Moraes (1902) e o Ministro da Industria, Viação e Obras Públicas Lauro Muller, atendeu a determinação do Presidente Campos Sales e mandou que a Estação se denominasse “Prudente de Moraes”.
Alfredo Novis diretor da EFB, temendo cassação do arrendamento nada pode fazer e assim, o nome do beato massacrado, fora de vez enterrado até na sua terra.
Adiantou tanta arrogância e não fazer justiça pela história?
Fonte:
Arquivo Público do Estado do Ceará;
Revista do Instituto do Ceará, 1887;
Relatório da EFB 1911 a 1915 (Mr Hull);
Hermida, Antônio José Borges: História do Brasil, Editora ática do Brasil, 1972.