A RÁDIO VERDES MARES
A Rádio Verdes Mares Nasceu no Edifício Pajeú.
A Caçula dos Diários Associados
Em todo empreendimento que venhamos a implantar, para o esperado sucesso, devemos analisar os fatores que influenciam e os que motivam. A Rádio Verdes Mares parece ter passado por esse critério, pois não se concebe um mesmo grupo empresarial fundar uma empresa, para concorrer com ela mesma. Em tese o rádio é para oferecer entretenimento, cultura e informação. O ouvinte era levado ao nível do rádio, muito diferente de nossos dias em que muitas vezes, para se conquistar audiência alguns locutores com um linguajar torpe, promovem um verdadeiro festival de baixarias ao som de músicas com duplo sentido.
Foi no clima de conquistar um novo público que, foi inaugurada aos 28 de julho de 1956, na freqüência de 1.410 quilociclos, a Rádio Verdes Mares de Fortaleza. Com decoração do arquiteto Roberto Vilar, O estúdio foi instalado no 4º andar do edifício Pajeú (Rua Sena Madureira), e recebeu uma mesa de som importada dos Estados Unidos da América. Era um equipamento de alta fidelidade de fabricação Western Elétric.A estação transmissora fora instalada no bairro Nova Aldeota, local hoje próximo ao terminal rodoviário de integração do bairro Papicú com um excelente o transmissor de 10 kW, marca Phillips.
Esse foi mais um empreendimento da Cadeia dos “Diários Associados”, que resolveu oferecer uma programação diferente, acompanhando as transformações que a sociedade cearense da época reclamava. A Ceará Rádio Clube e a Rádio Iracema tinham uma programação voltada para auditórios, orquestras, apresentações artísticas, reportagens, produções. A verdinha como “Caçula dos Diários” foi ao ar, para o musical selecionado e o jornalismo. Depois o elenco desta emissora nova, seria enriquecido com a chegada de Wilson Machado que, vindo da Rádio Araripe do Crato, assumiria em 1957 a direção artística.
O que era interessante era que, os radialistas da Cadeia Associada, tanto atuavam no microfone da veterana PRE9, bem como no da Verdes Mares. Dentre outros atuaram de inicio na nova emissora: Wilson Machado, Antonio José de Alencar, Dílson Silveira e Narcélio Lima verde. Edilmar Norões passou a trabalhar a partir de janeiro de 57.
Por dois anos a Rádio Verdes Mares fora associada, quando na seca de 1958, o radialista Paulo Cabral de Araújo teve seu contrato rescindido com a “Cadeia dos Diários Associados” que, administrava as empresas do jornalista Assis Chateaubriand. Recebeu como indenização pelos relevantes serviços, a Rádio verdes Mares. Sob nova direção, a rádio serviu como um canal a serviço daquele ano que era eleitoral. Paulo Cabral liderou um grupo de políticos ligados a União Democrática Nacional – UDN, onde emergiram nomes que se destacariam no cenário político como José Flávio Costa Lima, Hildo Furtado Leite e José Pontes de Oliveira.
Nesse período a emissora transferiu seu estúdio sendo anexado aos seus transmissores no Bairro Papicú, quando em julho de 1962 fora vendida para o grupo do empresário Edson Queiroz. A partir daí a emissora sob nova direção, experimentou incentivos conquistando a invejável posição que até hoje se encontra, graças ao trabalho do hoje saudoso Astrolábio Queiroz, cujo trabalho fora continuado por Mansueto Barbosa.
Toda emissora de rádio tem seu carro chefe ou trabalho que a destaca. A Ceará Rádio Clube tinha o “Matutino PRE-9” com Aderson Braz e cândido Colares e a “Festa na Caiçara”, com Augusto Borges no auditório; A Rádio Iracema tinha “Discoteca do Fã” com José Lisboa e o “Fim de Semana na Taba” iniciado com Armando Vasconcelos, seguindo-se com Eduardo Fernandes (Dudu) e depois foi para as mãos também de José Lisboa, no auditório; a Uirapuru “Atendendo o Ouvinte” e “Peça o Que Quiser” com Heraldo Menezes: a Dragão do Mar com “A Dragão Dá o Bis no Som Maior do Sucesso” com Guilherme Pinho e “Dragão a Dona da Noite” com Jadir Jucá etc.
Unidade Móvel da Praça José de Alencar
O Verdinho da Verdinha
A Verdinha no meu entender foi além estúdio, e montou um serviço móvel de utilidade pública na Praça José de Alencar, e um veiculo que circulando a cidade era chamado Verdinho da Verdinha. Estendeu-se aos bairros com prestação de serviços e, que o diga o dinâmico Narcélio Lima Verde, patrimônio da radiofonia cearense. E o quer dizer do Rádio Noticias Verdes Mares com o saudoso Mardonio Sampaio?
Sempre pecamos por omissão quando o negócio é menção de nomes, porém estiveram no microfone da Verdinha: Cirênio Cordeiro, Orlando Ramalho, Paulino Rocha, José Julio Cavalcante, José Santana, Almino Menezes, Paulo Lima verde, Edson Silva, Jurandi Mitoso, Nilton Sales, Euclides Costa, Ivan Prudêncio, José Rangel e Cid carvalho.
Um técnico de destaque fora Francisco Lourenço dos Santos que ficou de 1962 até 1980, quando com o surgimento da Televisão Verdes Mares Canal 10, teve que ceder para o Dr. Pedro Virgilio que assumiu a Chefia de Engenharia do grupo VM.
A Rádio Verdes Mares, agora operando com uma potencia de 50 kW e que desde 1980 saiu da freqüência dos 1410 para 810 kHz, pertence ao “Sistema Verdes Mares de Comunicação”. Esteve muitos anos sob o comando do Dr. Edilmar Norões; com uma programação atualizada e eclética, o seu estúdio está localizado na Avenida Desembargador Moreira, anexado à Televisão do mesmo nome.
A Verdinha sempre vem inovando, e seguindo desafios, pois obedece a diretrizes, vivendo sempre no contexto empresarial. A família de Comunicação Verdes Mares cresceu, e além de outras emissoras, já conta com afiliadas no interior cearense. A sua história de luta, deixou marcas indeléveis de grata recordação, cuja radiofonia cearense registrará em seus anais.
As atividades do rádio são voltadas para a sociedade, e é isso que a verdinha, vem fazendo, na humilde e despretensiosa análise deste pesquisador.
Estúdio da Rádio Verdes Mares em 1975.
Assis Lima e Tom Barros.
Do Radio Noticias Verdes Mares.
Locutor Noticiarista Mardônio Sampaio
Recebeu de Cid Carvalho o “Rádio Noticias Verdes mares”.
Célio Cury, Edilmar Norões, Almino Menezes e Narcélio Lima Verde
João Inácio Junior
Fachada Atual da Rádio Mares na Avenida Desembargador Moreira