Assis Lima
Assis Lima

OITICICA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA NÃO LEMBRADA

                                   

                                     CONSTRUÇÃO HISTÓRICA NÃO LEMBRADA

 

 Os trilhos da antiga Rede de Viação Cearense – RVC chegaram ao extremo Ceará – Piauí na seca de 1932, quando o Dr. Luciano Martins veras em segunda gestão, inaugurou a estação de Oiticica, que serviu como apoio aos trabalhos de construção e prolongamento entre os dois Estados nordestinos, em que os serviços foram atacados nos dois pontos, mas que, por escassez de recursos foram paralisados.

Somente em 1955 foi que o então Departamento Nacional de Estradas de Ferro – DNEF (para continuar as obras) foi delegado pelo 4º batalhão de engenharia e construção do 1º grupamento de engenharia do Ministério do Exército. Entretanto, passou-se dez anos para a concessão ser dotada de mais substancia, quando teve acelerado o seu ritmo, o que possibilitou aos 11 de janeiro de 1972 a integração de todo o Sistema Ferroviário Nacional.  A linha que saiu de Oiticica, fez junção em Altos – Castelo no Piauí, perfazendo um percurso de 196 quilômetros, e a pequenina locomotiva Brockville que tracionava as plataformas e gôndolas de materiais, veio para Fortaleza alternar com a locomotiva Whitcomb nº 623 (motor de caterpillar) o transporte do trem dos operários. Depois com todas as honrarias e verdinha, essa máquina fora recebida pelo museu ferroviário do Ceará em setembro de 1982.

Na época essa obra de ligação, além de condicionar os trens saírem de Uruguaiana, Bagé ou Jaguarão no Rio de grande do Sul, sem baldeações, os mesmos passariam a alcançar o porto de Itaqui em São Luis do Maranhão. No Plano Nacional de Viação, esse trecho ficou conhecido como Tronco Circular do Nordeste, afinal apresentou também concorrências para o desenvolvimento da região que se juntou aos incentivos oferecidos pela Sudene e à Hidrelétrica de Boa Esperança.

O custo desta construção atingiu na época, cerca de 35 milhões de cruzeiros, recursos próprios, orçamentários do Departamento Nacional de Estradas de Ferro. Com bitola de 1,00 m, trilhos de 37 Kg/m, rampa máxima de 1,5 % e raio mínimo de 245 m, essas obras exigiu um movimento para mais de 7 milhões de metros cúbico, além de execução de 11.000 m de obras de arte. No ato inaugural, se fez presente Excelentíssimo Senhor Ministro dos transportes, Mario Andreazza.

Agora acontecimento desta envergadura em Estado pobre, é condenado ao esquecimento, por isso com justiça a história precisa ser resgatada.

O moderno hoje é o antigo amanhã. E o antigo não foi moderno ontem? Então para que serve a história, senão para compreendermos o hoje! A ferrovia está ainda por aí, mas parece que junto com a erradicação dos trens de passageiros de longo percurso naquele dezembro de 1988, foi embora também o interesse de fatos notórios.

Aos 27 de setembro de 1825, surgiu na Inglaterra o trem no mundo; 30 de abril de 1854 foi a vez do Brasil e em 30 de novembro de 1873, o nosso Ceará entrou nos trilhos.  Agora parece que essas datas foram assinaladas na história por acaso. Ninguém lembra, assim como solitária estação de Oiticica que, serviu de apoio a uma grande realização não percebida. Tudo é passado, passou…

Nota: A Estação de Oiticica foi inaugurada aos 30 de novembro de 1932, no Km 500,077 da linha Norte e com 261 metros acima do nível do mar.

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